A fala da vice-governadora do Estado, Rose Modesto (PSDB), avaliando ganhar pouco mesmo com renumeração de R$ 24,3 mil bruto, conforme o Portal da Transparência, dividiu opiniões entre os pré-candidatos à Prefeitura de Campo Grande que devem enfrentá-la nas urnas no dia 2 de outubro. Enquanto uns acreditam que a tucana foi mal interpretada, outros consideram falta de sensibilidade social por parte dela.
O vereador Marcos Alex (PT), por exemplo, justificou que poucos brasileiros têm tal salário, portanto “é um absurdo essa declaração, infeliz. Demonstra insensibilidade social gritante em plena crise econômica. Infelizmente a vice-governadora está fora da realidade social do País e não estou falando do que é justo ou não, e sim da história do País, do assalariado”.
O petista, que vai registrar candidatura nos próximos dias, sugeriu que Rose se retrate com a população. O deputado estadual Marquinhos Trad (PSD), por sua vez, acredita que a fala não foi interpretada da forma correta, mas, de qualquer forma, assegura que a declaração não vai interferir na campanha.
“Eu acho que ela não quis dizer isso, ela não foi bem compreendida, porque sabe que R$ 24 mil são poucos que ganham hoje. Mas isso é irrelevante para a escolha do eleitor. O que vai prevalecer é o debate de ideias para buscar soluções plausíveis a curto prazo aos problemas de Campo Grande”, disse ele que em 2010 se envolveu em polêmica porque disse que não dava para viver com R$ 11 mil, remuneração dos parlamentares à época.
Marquinhos voltou a ressaltar que foi distorcido o que disse naquele dia. Na verdade ele se referia ao pouco valor diante de tantas pessoas que tem para ajudar e que até hoje chegam ofícios pedindo auxilio financeiro para compra de remédios, cestas básicas, formaturas e funerais.
O servidor público federal, Suél Ferranti (PSTU), opinou que a remuneração paga à vice-governadora, poucos trabalhadores especializados recebem e comparou com o seu orçamento. “Tenho ensino superior, ela também, mas o meu salário é de menos de R$ 5 mil, ainda mais agora sem vale-transporte e vale-alimentação”. Ele está com os benefícios suspensos porque se licenciou do cargo para disputar a eleição.
“Poucos têm esse salário e se o próprio Marquinhos diz que R$ 11 mil não dá para viver, de repente com R$ 24 mil é possível”, brincou o representante do PSTU. Questionado, o deputado estadual Coronel David dos Santos (PSC) se limitou a dizer que na próxima segunda-feira (15) vai registrar candidatura no Fórum Eleitoral e dará conhecimento de quanto pretende gastar na campanha, o valor de seus bens e o plano de governo.
“Eu tenho compromisso com a legalidade, com a transparência e serei intolerante com a corrupção”. O prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (PP), que vai disputar a reeleição, não respondeu às perguntas até o fechamento desta matéria.